O papel do educador é fundamental para o equilíbrio entre todos os intervenientes no processo da educação. A intencionalidade com que nos centramos nas relações dentro de sala, e fora dela, levam a que a compreensão do trabalho proposto dê as respostas necessárias às crianças, como centro da ação, às famílias, como resposta às suas expetativas e necessidades, e à parceria criada entre os três polos da educação.
Sendo assim, que relação queremos estabelecer com os pais?
Queremos pais participantes e empenhados na educação dos próprios filhos, ou queremos afasta-los das salas e da educação dos seus preciosos tesouros?
Que comunicação estabelecemos para manter a proximidade e uma relação positiva em que, os principais beneficiados serão os mais pequenos?
Que sensibilidade temos, para nos colocarmos na posição dos pais e, entender as dificuldades que sentem diariamente? E vice-versa…
Que papel queremos assumir perante esta relação? Que atitude estamos dispostos a tomar, para que, a relação escola família ganhe valor e, seja reflexo de um ambiente que proporciona bem-estar a toda a comunidade, a todos os envolventes?
Acabamos por selecionar três níveis familiares:
- as famílias 112, chamadas, apenas, perante situações desagradáveis ou problemáticas, convocadas em último recurso, mesmo quando nada há a fazer;
- famílias de tomada de conhecimento, ou seja, convocadas, apenas, nos momentos de avaliação;
- por fim, as famílias parceiras, que se envolvem em projetos e na vida diária do jardim-de-infância ou na vida escolar.
Digna de um concurso de cultura geral, lança-se a pergunta perante as respostas apresentadas:
Para 100 000€, qual a resposta correta para uma educação eficaz?
A última opção seria a correta, no entanto, as práticas estabelecidas, os contextos escolares, familiares, levam a que a escola se feche à inclusão familiar. Ou, em alguns casos, a própria família se isole das responsabilidades sociais e escolares. Por vezes construímos apenas o processo de integração, não de inclusão.
A consciencialização do educador para a abordagem sistémica e ecológica, fundamenta a prática e a relação inclusiva da família. As interações estabelecidas entre os diferentes contextos, sistemas, fortalecem a componente letiva e a visão holística de criança.
O desafio da inclusão familiar torna-se claro em três palavras, iniciar o processo de inclusão, que, predispõe abertura e disponibilidade de todos, prevê o início da relação escola-família; desenvolver esta parceria, de forma, contínua e ponderada, e, por último, manter a relação positiva, para que se consiga tirar proveito desta inclusão.
– Rui Inácio