A temática do brincar tem sido algo bastante debatido. Associar o brincar ao espaço exterior torna-se uma ligação frequente em links partilhados, em imagens cheias de expressão, em frases cheias de sentimento, em práticas a saltar para fora da caixa.

Mas, artigo após artigo, vamos repetindo argumentos com a esperança de que todos valorizem o brincar, de que todos valorizem o trepar árvores, o cair, o sujar e tantas outras experiências.

Cai em saco roto.

As práticas tornam-se desafiantes, ou pelo menos, partilha após partilha, leitura após leitura (quando nos damos ao trabalho de ler além do título) encorajamo-nos a mudar… movemo-nos pela mudança e, por escassos segundos, começamos a potenciar o espaço exterior e a projetar ideias e formas de levar os mais pequenos a aproveitar o espaço… ideias que se perdem e que se ficam pelas partilhas.

Aplaudimos, de pé, cada partilha feita, cada palavra dita, cada valorização da infância. Mas, após o click de partilha e após demonstrarmos aos outros a nossa vontade por mudar, voltamo-nos a acomodar e a mantermo-nos imutáveis e com medo da mudança.

Certo é que, para mudar, é preciso saber porque se muda, porque se quer mudar e, com isso, saber dizer o porquê de tal mudança, saber dizer o porquê de tantas aventuras dispostas a acontecer na rua. A rua, mesmo sem ser reconhecida, sem ser planeada, sem ser alvo de exploração pedagógica, não deixa de estar presente na vida diária das crianças, não deixa de ser um espaço de eleição para se poder ser criança, não deixa de ser o espaço onde o brincar assume a natureza clara das crianças e a sua fonte de criatividade, imaginação e de saberes.

Se as potencialidades deste espaço são reconhecidas, porque não o tornamos elemento integrante nas nossas práticas? O que nos impede de tornar a rua como um momento de brincadeira livre?

Não queiram ser jardineiros de crianças de estufa, de crianças de laboratório, de crianças de recobro… tornem-se verdadeiros jardineiros de crianças silvestres que crescem de forma livre, através do brincar, sem cercas ou sem químicos, que permitam o crescimento ao seu ritmo ou, excessivamente, protegidas. Deixem sê-los, que por si só, já exige muito de cada um de nós.

– Rui Inácio

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